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terça-feira, setembro 26, 2006

Terrible époque

Vem cá, vocês já repararam o quanto somos desinteressantes e desinteressados? O quanto somos plásticos e recicláveis? O quanto é acéfalo, efêmero e criativo o mundo globalizado? O quanto tudo isso é paradoxo e contraditório? Já reparou na intensidade com que o meu e o seu valor prevarica? O quanto é melancólico e ébrio o meu e o seu prazer? Pois é, eu já!

Agora, veja o lado energúmeno deste comportamento padronizado:

“As vestimentas esquisitas que vemos nas ruas têm qualquer coisa de angustioso e de arranjado na última hora. Fazem pensar numa improvisação de pânico, num arrecadar febril de um minuto de fuga”.

“As roupas variadíssimas dos homens nas ruas, ao contrário, pela diversidade, pela variedade, pelo despropósito, são coisas apanhadas às pressas e significam justamente o contrário dessa espera: são símbolo de fuga”.

“Hoje, a diferença está na pele, no corpo bem torneado, na brancura e na perfeição dos dentes, na textura dos cabelos – tudo impossível de se tratar de herança genética, pelo menos, por um período que dure mais que cinco anos da vida adulta de um ser humano normal. Botox, preenchimentos de rugas, eliminação de gorduras, alisamentos e tratamentos capilares, hormônios especiais, vitaminas, suplementos alimentares, lipoesculturas, plásticas corretivas, cremes e produtos de última geração estão promovendo o surgimento de uma nova espécie de gente – o homo plasticus”.

“O homo plasticus é o produto final da sociedade socialista de consumo (por mais ambíguo que isso possa parecer), resultado de um projeto de alienação coletiva controlado, que conduz os habitantes do planeta ao "umbigocentrismo" coletivo, onde todos têm a ilusão de viver livres, satisfeitos e em sociedade, quando, na verdade não passam de meros robôs-agentes da utopia dos "Iluminados" – o que há de mais "super-mega-plus" na geração dos Big-Brothers”.

E para finalizar:

“Quando a onda do sexo passar, e os impotentes de amor descobrirem a enjoada monotonia do sexo sem amor, sem grande amor, passarão a matar. A matar em grupos. Comunitariamente. Haverá cursilhos para ensinar a matar sem ódio, como hoje se ensina o sexo sem amor”.

5 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Pô, meu, nem pra avisar que vc agora também tem um blog? :) Vou colocar um link lá no Garganta. Abração!

9:13 AM

 
Anonymous Anônimo said...

pois é vini....
"Quando a onda do sexo passar, e os impotentes de amor descobrirem a enjoada monotonia do sexo sem amor, sem grande amor, passarão a matar"
essa frase é a frase....
o blog tá otimo
bjo
drika

10:28 AM

 
Blogger Vin Dorian said...

Yuri, obrigado pela visita. É uma honra.

Drika, esta frase é de Gustavo Corção. É uma porrada, não?

5:21 PM

 
Anonymous Anônimo said...

po, e que porrada....
tô adorando o blog, viu?
beijuuuu
drika :0)

10:05 AM

 
Anonymous Anônimo said...

Mesmo como adorador do sexo por prazer digo que a porrada é grande. realmente ao final o sexo sempre acaba, e ai, qual é? Ou se tem algo na mente ou se mente para ter algo?

descobriremos.

11:41 AM

 

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